PENSAMENTOS

segunda-feira, junho 19, 2006

100 anos de solidão

Sinto que tenho um 'Buendia' dentro de mim. Hoje sinto a solidão. É uma dor no peito que espreme as lágrimas dos olhos e liberta a mente num silencioso grito no escuro.
Sinto a solidão sentimento; sinto também a sua forma física. Ela arrasta o corpo; torna-o numa massa mole que escorrega pelo chão; é gelatinosa e cheira a frio.
Sopra-me o destino desgraçado dos 'Buendia'. A solidão alucina. Faz deslizar a vida num tropeção pelas avenidas errantes.
Um raio de energia espreita a solidão. 'Úrsula' espalhou a esperança e lançou sementes de vida.
O espírito acomodou-se. Já sabe o que custa a solidão, já conheceu o seu cheiro. A luz incomoda os olhos, faz gemer o coração.
Encosta-se a porta, aborrece-se a solidão e de novo oferecemos-lhe a mão.
Só, tenho vida! Olham como se estivesse morta, perdida dentro de mim. Sozinha sei que existo!... para o mundo sei que já cheguei ao fim.
http://diferencial.ist.utl.pt/edicao/24/cem.htm