PENSAMENTOS

sábado, novembro 11, 2006

Estas vozes que falam


São vozes que deambulam na minha mente. Movimentam-se penadas e sombrias. Arrepiam-me ao esvoaçarem. Estas vozes são gente. Arrastam-se na minha mente. São vozes de gente que amo. Chamam o meu nome. Dizem-no mas não o clamam. É um nome estranho, por ele mais não respondo. Esta gente conhece-me, têm vozes que afagam-me as lágrimas. É gente que dorme, mas não morre. Povo que vive comigo em mim. Rodam em torno desta vida. Estas vozes são da gente ímpia. São uma tosse que volta nas corridas de carrossel. Vejo-o em rotações petrificadas, giros mecânicos. Ecos de gargalhadas seculares enregeladas pelo tempo na eternidade do ar. Essas vozes são paz. São gente que partiu nas núvens da aurora. São gente que terminou o tempo da gente que temia o tempo que o tempo temia chegar. São vozes que cessam. Que cessáram. Que voltam. Que voltáram. São vozes de gente que não pára. Andam na minha mente. Atormentam-me. Recordam-me o que custa-me esquecer. Fazem-me temer o tempo que levarão a desaparecer.

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