MUDANÇA

Doí em mim a fragilidade do ser que sou.
Sinto a ânsia de sentir o futuro que ainda não chegou.
Vejo o mundo que será, mas que custa-me ver que já o é.
Sofro com a angustia de ver partir de mim alguns pedaços do que sou.
Foge-me pelas mãos esses bocados que falta fazem.
Partem porém, para construir uma outra parte que sinto, relutantemente, já ser.
Os meus olhos deambulam para o que em redor de mim orbitra; esses, tristes, giram já conformados; os outros indagadores, recordam-me o destino que agora sempre atormentou o meu passado.
A nossa existência tem dois rumos, o que caminha no sentido dos ponteiros do relógio e nada em comum tem com o que gira para o lado oposto, que por ser oposto, nos empurra para o contrário da corrida.
Divago nas horas certas; e absoluta é a certeza que tenho, em todos os segundos, de que este não é o rumo certo...
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