PENSAMENTOS

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Nada




Nada, o dia em que o canto do pássaro deixou de se ouvir.


Nada, o dia em que o soprar do vento deixou de se sentir.

Nada, o dia em que a minha alma perdeu-se e silenciosa rendeu-se à minha angustia.


Nada, o dia em que as lágrimas formaram correnteza e deixaram de existir no meu olhar.




Nada, é o vazio que ocupa o lugar de toda a minha tristeza.


Nada... revoltaram-se as entranhas e ermético tornou-se o meu ser.


Nada, o corpo mole cede à loucura da mente, sou abandono, coisa estranha que já não se sente.




Nada, o dia em que o ruído do mar foi destruído pelo ruídoso silêncio da solidão.


Nada, o dia em que o sol brilhou e sorveu todo o resto do mundo.




Nada, sou eu neste sofrimento que me engilha, que parte-me em dois; o ser que sofre e o ser que sente.


Nada, é a soma de todas as contas que ocupam-me o dia.


Nada, é tudo o que meu pranto chora.


Nada, sou eu sofrida dentro de mim, sem poder soltar-me de cá de dentro, de onde doí, de onde Nada chega a alcançar coisa alguma.




NADA, é em jeito tudo o que digo AQUI!!