PENSAMENTOS

domingo, março 09, 2008

Tinta que sou


Quantas palavras escritas?
Quantas folhas preenchidas?
Quantos cadernos gastos
Com a confusão de pensamentos
que saem-me pela mão?

Urge vomitar tudo o que sinto.
uma explosão de emoções.

Receio escavar bem lá no fundo.

Trago o peso do mundo a ferir-me o peito,
rebentá-lo seria o fim.

Sinto o pânico a apoderar-se de mim.
Ousei pincelar a folha
com um pouco da tinta que sou.

Rasguei um bocado do que guardo
esfreguei aos olhos do mundo,
agora enlouqueço!
Despertei sentimentos,
arde-me a mente
pois surgem gemendo.

O MAR


Às vezes quando fecho os olhos,
vejo o mar.
Sou capaz de vê-lo mergulhar na areia,
engoli-la num trago.

Ouço o som…
Ouço o som da areia a derreter
no estômago da onda,
enquanto os salpicos de mar bravio
oferecem-me aromas inconfundíveis
que perfumam o ar.

Fecho os olhos e fico ali
estática!
Imagino-me a abraçar o mar.

Quero roubá-lo,
levá-lo comigo numa caixinha,
matar a dor de viver longe dele.

Hoje fecho os olhos, vejo:
O sol admira-se no reflexo do mar,
ilumina as ondas
levando-as até à costa.
ao fundo a linha infinita do horizonte
delimita o seu território.

Tão grande,
cabe na minha imaginação.
Oh mar salgado,
temperas com vida
o meu coração apertado
que vive longe da tua rebentação.