PENSAMENTOS

terça-feira, setembro 16, 2008

Existência Paradoxal


O fim.
Todos os dias encaro esta realidade.
O meu fim reside na indiferença dos outros perante mim, embora seja vontade minha ser ÚNICA.
O meu fim, paradoxalmente, é querer matar todos os outros, mas ambicionar e necessitar ser amada pelos mesmos.
O meu fim reside no princípio de que só serei una com o mundo.
Odeio o invólucro em que me encerrei. É a minha protecção e o muro que me desagrega do resto.

A existência é relativa. É a filosofia que ocupa os isolados. Quem existe apenas em si, na mente solitária e povoada de vozes, está liquidado para a vida - aquela que conhecemos como real e diária – existe apenas para e/ou no inconsciente - que será o denominado «imaginário» pelos quotidianos.

Duas realidades distintas. Quantas mais existirão?!

Não há existência na forma consistente a que nos referimos. Há indivíduos/Eu’s que multiplicam e/ou reinventam criativamente a sua existência e influenciam e/ou unem o imaginário colectivo.

Coabito na minha existência individual – mentalmente multiplicada em vários Eu’s – juntamente com a minha existência colectiva – que me obriga a ser um só Eu.

Luto pela saga de manter o equilíbrio que a sociedade exige, embora ampute a verdadeira existência, que é relativa, egoísta, solitária, desprendida, assassina de mim e dos outros.

Vivo a existência paradoxal do ser que é, mas não é.
Do ser filosófico e poético, ao ser primitivo e animal. Embora evidentemente divergentes, dificilmente se apartam.

Vou começando a ver o mundo só com dois olhos!